sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Corn Cob Pipe Museum


A foto acima é de parte do acervo do Corn Cob Pipe Museum, em Washington, Missouri, terra da Missouri Meerschaum Company, a maior fábrica de corn cobs pipes, ou cachimbos de sabugo de milho, do mundo.

Vale a pena saber um pouco mais sobre sua história.

A empreitada teve início em 1869, quando um imigrante holandês de nome Henry Tibbe, marceneiro de profissão, produziu seu primeiro cachimbo feito de sabugo de milho. Um fazendeiro pediu a ele que fizesse mais alguns, gostou muito, e o Sr. Henry passou a vender os corn cobs em sua loja.

Em pouco tempo trabalhava mais com os corn cobs do que com madeira. E em 1907 a H. Tibbe & Son Company tornou-se a Missouri Meerschaum Company.

No começo o sabugo de milho disponível cumpria bem com a função, mas atualmente a fábrica usa uma variedade especial de milho, desenvolvida pela Universidade do Missouri, a qual produz sabugos grandes e resistentes, mais de acordo com seu destino. Esse milho é cultivado em uma área própria de 140 acres, de fundos para o Rio Missouri.

Após colhidos, os sabugos desse milho especial precisam descansar por um período de 1 ano a 2, até que estejam devidamente secos e curados.

A produção do corn cob pipe não se alterou muito com o passar dos anos, ainda exige um bom tanto de trabalho manual, sendo que algumas etapas passaram a usar máquinas adaptadas.

Atualmente a fábrica possui 50 empregados, que produzem em torno de 5.000 corn cobs por dia.

Enquanto não podemos conhecer pessoalmente, vale dar uma olhada nessa galeria, com fotos do acervo do museu.


Fonte: Missouri Meerschaum Company

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Quero envelhecer assim...

Na série imagens, cabe um rótulo interessante, "Quero envelhecer assim..." acho que seria bem apropriado.
Aos confrades que já passaram dos 60, saibam que são nossos exemplos de vida.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Mac Baren Light Blend


Sou suspeito pra falar mal da Mac Baren.

Nossa relação começou difícil e um tanto tumultuada, minha língua saiu ferida.
Mas acho que foi bom ter começado assim, após um período se acostumando, aprendi a domar razoavelmente a fera, e hoje em dia sou feliz nessa relação.

Em comum os Mac Baren possuem um tempero típico, (conforme falávamos eu e os confrades Alexandre e Leopoldo esses dias), e a fatídica "pegada na língua". O fato é que o prazer compensa o risco, e com o tempo e seguidas picadas, chega-se a uma margem segura de degustação versus pegada.

O Light Blend foi meu primeiro Mac, e portanto, acho que também merece inaugurar minhas avaliações da marca. Além disso, foi extinto, ou melhor, renomeado pela Mac Baren, devido à exigências legais, e agora se chama Virgínia Blend.

Conforme o novo nome, trata-se de uma mistura de virgínias, de cor castanha, corte estreito e cheiro discreto no pacote.

Depois de acesso pela primeira vez e devidamente assentado no fornilho, queima bem e razoavelmente lento, considerando a falta de umidade.

A pegada é reduzida por ser um tabaco intermediário em sua força. Possui o tempero característico dos Mac Barens, algo que posso expressar como o resultado da maturação bem cuidada e a escolha de fumos de qualidade.

O aroma é simples e ao mesmo tempo marcante, demonstrando os doces virgínias que compõe o blend, e por consequência, a percepção de um leve toque de baunilha. Um bom tabaco, honesto no que se propõe a entregar.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Belos cachimbos - 2


Mais um belíssimo exemplo de estado de arte em cachimbo.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

A pureza de uma boa cachimbada - Filtros - Parte 2



Por fim, chegamos ao ponto onde a capacidade criativa e inventiva do ser humano, ou seja, a porção MacGyver de cada um, se manifesta da maneira mais pura: As soluções caseiras, baseadas em experimentações de cachimbeiros buscando uma solução mais eficiente, ou, no caso, mais econômica.

A primeira que tomei conhecimento foi desenvolvida, até onde sei, pelo confrade Ananias, que publicou até um tutorial bastante explicativo sobre como usar papel de filtro de café, um material neutro e acessível, que resultou numa solução ao alcance de todos e bastante funcional, podendo ser trocada a cada fumada sem prejuízo do bolso. O filtro costuma ficar bastante úmido nesse sistema.

Cabe ainda citar o uso de carvão ativado, que pode ser adquirido em lojas de aquários. Essa solução soube através do confrade Múcio, que recomendava o uso no fundo do fornilho. É uma solução que funciona muito bem em reter resíduos, mas dependendo da quantidade utilizada, dificulta a retirada de cinzas mais para o fim do fornilho, podendo vir abaixo o que resta do tabaco não consumido.

Essa solução é obrigatória em cachimbos de porcelana e calabashs, para se evitar que resíduos entrem na câmara interna, abaixo do fornilho, dificultado a limpeza.

E finalmente, eu mesmo, depois de alguns experimentos, cheguei a uma solução mista que tenho utilizado como padrão, e que por sinal tem funcionado muito bem, mesmo com tabacos muito úmidos, e que agora gostaria de compartilhar com os outros confrades cachimbeiros.

Tinha passado a usar soluções variadas, as vezes usava filtros comprados, outras vezes os de papel e também o carvão, mas comecei meio sem querer, atiçado pela curiosidade, a ir de encontro a uma solução diferente. Analizando um filtro comum de 9 mm, busquei uma maneira de aproveitar alguma parte da extrutura. Ao abrir um deles, se verifica que a peça não tem muitos segredos, um recheio de carvão ativado, envolvido por um tubo de papel grosso, tendo numa extremidade uma peça plástica e na outra uma em porcelana resistente ao calor vindo diretamente do fornilho.

Pois bem, foi justamente essa última peça acabou se tornando o coringa da minha solução. Sendo um material altamente resistente ao calor, resolvi aquecer a peça diretamente sobre o fogo, por curiosidade de ver como ela resistiria.

Pra minha surpresa, a peça que estava escura, foi ficando ainda mais escura, e depois de pouco tempo, foi retornando ao estado original, totalmente branca, sem qualquer vestígio de qualquer tabaco que tivesse passado por ela. Ou seja, a peça ficou novinha em folha, e totalmente esterilizada.

Parecia promissor, pensei. Depois de matutar um pouco, cheguei a uma solução para reutilizar a peça, envolvendo a peça com o papel de filtro de café, formando um pequeno canudo com a peça no centro, ficando da mesma espessura que o filtro de 9 mm.

Comecei a usar no dia a dia e os resultados foram excelentes, pois a peça em cerâmica propicia um fluxo contínuo através dos furos, além de absorver parte da umidade, e o papel complementa a absorção na medida que envolve e reveste o interior da piteira. Essa solução tem funcionado tão bem que normalmente após um fornilho inteiro, retiro o filtro numa humidade bastante baixa, sem toda aquela gosma que normalmente se forma.

Se for do gosto do cachimbeiro, nada impede de se colocar, por exemplo, dois filtros cerâmicos. A vantagem é que a peça não tem um número máximo de utilizações, basta usar um arame fino, passar pelo furo da cerâmica e deixar sobre a chama do fogão por um momento, e está pronta pra mais uma cachimbada!

E para os cachimbeiros preocupados com uma filtragem mais eficiente das substâncias resultantes da queima, indico ainda um complemento nesta solução, colocando no fundo da piteira, antes do novo filtro, um pedaço de filtro de feltro (1 cm é suficiente), dos que se encontra em casas de fumo, utilizado para cigarros artesanais, que vai complementar a retenção muito bem.

Espero que tenham gostado, apesar da postagem longa. Farei uma nova postagem com fotos descrevendo o método, mas quem se dispor, recomendo já ir testando, pois acredito que vá gostar bastante dele.

Belos cachimbos - 1


Iniciando a série Belos Cachimbos.

A pureza de uma boa cachimbada - Filtros - Parte 1


Como é sabido, uma boa cachimbada depende de diversos fatores, desde um bom cachimbo, feito de um bom material, de preferência o mais neutro possível, passando pelo tabaco de boa qualidade, e é claro, sem esquecer da habilidade do "operador" do cachimbo, que longe de ser natural, é adquirida e aprimorada a medida que o tempo passa.

Abro mão de falar sobre os tabacos e a habilidade neste post, talvez em outra oportunidade. No que tange ao cachimbo em si, neste post vou abordar apenas uma pequena parte do todo, os filtros, tanto os existentes comercialmente, como os alternativos.

O filtro é um componente opcional, muitos inclusive abrem mão dele, sendo que há cachimbos de qualidade e renome que sequer dispõe desse acessório.

Nessa minha jornada de cachimbeiro em formação, na qual me considero ainda num estado bastante primário, tenho sentido cada vez mais a necessidade de obter o quanto possível, uma fumada o mais pura e livre de influências estranhas à alma do tabaco escolhido.

Isso, deixo claro, em relação aos tabacos importados, devido ao seu custo, e em alguns casos, pela impossibilidade futura de voltar a provar aquele mesmo tabaco, que já não se encontra mais em produção.

Essa busca tem relação direta com o sistema de filtros utilizado, que para mim não tem necessariamente a obrigação de servir como filtro de substâncias nocivas, o que até pode influenciar um pouco no sabor, mas principalmente de proporcionar uma fumada mais seca (que também depende do fator ritmo) e de impedir a passagem de resíduos e cinzas, o que me incomoda as vezes pois costumo ir até o fim do fornilho.

Temos diversas opções de filtros disponíveis no mercado, e é raro um cachimbeiro com um pouco de experiência que já não conheça ou tenha passado por todas, basicamente pela aquisição gradual de cachimbos, dos mais simples para os mais sofisticados. É o meu caso também.

Inicialmente usei o condensador de alumínio, o qual faz muito tempo que não uso, e sinceramente não me agradou nem um pouco, acho encômodo, tanto em sua eficiência quanto em sua limpeza.

Depois, o famoso filtro de carvão ativado de 9 mm, uma boa solução, principalmente se o cachimbeiro faz questão de uma filtragem eficiente de substâncias. Entretanto, caso se adote a troca frequente, torna-se uma solução relativamente dispendiosa, afinal, com o valor gasto em 8 filtros 9 mm se
compra um tabaco nacional, e a meu ver, essa troca teria que ser feita, no máximo, a cada duas ou três fumadas, usando o mesmo tabaco, sob pena de haver um comprometimento do sabor.

Temos também os filtros de 6mm, que não tem muito segredo, já que são basicamente feitos de papel absorvente enrolado, confesso que nunca usei.

A solução com madeira de balsa é bastante econômica, já que se encontra facilmente à venda em lojas de aeromodelismo, e também bastante flexível, já que pode ser adaptada para qualquer espessura.


Continua...

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Agradecimentos e mudanças

Nos últimos dias tenho recebido por email manifestações de apoio de diversos confrades pela iniciativa e pelo Blog em si.
Quero dizer que fico muito grato a todos, e me sinto ainda mais motivado a dar prosseguimento à empreitada.
De resto, com a venda de alguns cachimbos, modifiquei o link de acesso à loja, que dava acesso aos posts de venda de cachimbos, para mostrar somente os que ainda não foram vendidos.

A todos um abraço!

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Como umedecer tabaco ressecado




Fumo seco.

Você não aguenta mais essa situação? Acabou com os legumes da geladeira e o máximo que conseguiu foi um novo tipo de tabaco aromatizado sabor cenoura? Pois seus problemas acabaram!

Não, não é nenhum Personal Umidificator Tabajara. Brincadeiras a parte, nenhum cachimbeiro gosta do tal tabaco palha. É aquela história, o tabaco ficou seco demais depois de passar muito tempo exposto na loja ou mesmo você abriu e deixou largado mais tempo do que deveria. É suportável, mas tá longe do ideal.

E qual a melhor forma para devolver a umidade ao tabaco ressecado?

Existem inúmeras receitas, rodelas de maçã, cenoura, batata... até agora eu não tinha arriscado nenhuma, pois sempre fiquei desconfiado, e preferia acender o fumo seco mesmo do que arriscar.

Mas então cheguei a uma solução que me parece a ideal, até pela procedência, pois é recomendada pela Mac Baren.

Então, segue abaixo o processo, traduzido da versão original em inglês:

- Abra a lata ou bolsa de tabaco e coloque dentro de um saco plástico.

- Coloque uma chaleira com água para ferver.

- Quando vapor começa formar, segure a abertura da saco plástico sobre o vapor. Assegure-se de que o vapor vai para dentro do saco plástico. 5 segundos de vapor são suficientes.

- Feche o saco plástico, e deixe descansando por mais ou menos 01 hora.

- O tabaco no saco plástico absorverá a umidade.

- Depois de mais ou menos uma hora o tabaco terá recuperado o nível original de umidade.

(retirado do artigo original de Per Georg Jensen - Mac Baren Tobacco)

Fonte: Mac Baren

domingo, 9 de setembro de 2007

Loja Do Cachimbo


Além do blog, estou dando início ao meu pequeno empreendimento de venda de cachimbos, e eventualmente também algum tabaco.

Vou publicar uma postagem para cada item aqui, e cada um terá também uma galeria de fotos individual, com a descrição no lado esquerdo.

A loja/galeria com todos os modelos pode ser acessada diretamente neste link.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Sutliff Private Stock Nº 2


Esta é minha primeira avaliação escrita de um tabaco. Pretendo, sempre que possível, e tendo novos tabacos a disposição (Deus proteja os cachimbeiros brasileiros da escassez!) publicar uma avaliação suscinta dos mesmos.

Antes de mais nada, uma pequena história deste tabaco, extraída da própria embalagem:

"No ano de 1849, em São Francisco, meu avô, Henry Sutliff, abriu sua primeira loja de tabacos. A habilidade de meu avô para selecionar e misturar tabacos variados trazidos por grandes navios era lendária entre seu discernido público. Entretanto, para sí próprio e poucos amigos próximos, meu avô reservava uma seleção de tabacos cuja raridade e preço impossibilitava qualquer distribuição ao grande público. Assim surgiu sobre este "estoque privado" uma lenda de inveja, do inigualável prazer de fumar. Uma lenda que você está prestes a aproveitar.
Gordon F. Sutliff"


É uma bela história não?

Não sei o quanto uma descrição dessas pode ser próxima da verdade, mas acredito que um fumo para cachimbo feito nos dias de hoje dificilmente chegaria aos pés de um fumo feito por um "tobacconist" de um século atrás. Bom, talvez existam exceções.

De qualquer modo, este tabaco foi um verdadeiro achado, pois encontrei apenas um pouch empoeirado e largado numa tabacaria da cidade. Por pouco sairia dali sem sequer ter visto.

Não sei dizer o tempo que estava parado, mas acredito que passa fácil dos cinco anos. Como eu tinha muitos pacotes abertos, principalmente de nacionais, ele ficou mais uns bons meses esperando para se revelar, e a surpresa não poderia ter sido melhor.

Conforme a embalagem, trata-se de uma mistura dos tabacos Burley e claros (Burley and Brights), maturados no processo cavendish.

O tabaco apresenta uma cor marrom escuro e uniforme. O corte é fino, e de comprimento irregular.

O cheiro do tabaco no pacote é discreto, talvez por ter perdido a umidade, o que não demonstra o extraordinário sabor dele aceso.

E eis que, ao acender ele se revela um tabaco bastante complexo, com aromas distintos, marcantes e muito agradáveis. Sua queima é razoavelmente lenta, apesar de ressecado. Pelo mesmo motivo, não tem qualquer problema de acúmulo de umidade. Se mantem bem até 3/4 da fumada, variando de sabores, sendo que na parte final, inevitavelmente se perde o restante, como é natural com qualquer tabaco, devido a degeneração provocada pelo calor e mistura de resíduos.

É sempre difícil expressar toda a complexidade de um bom tabaco com palavras, mas até onde é possível descrever, me trouxe sensações como, desde o cheiro de algo antigo e agradável, cogumelos secos, até aromas denotando fermentação. Fora aquele bendito aroma que você procura, procura, e não consegue achar uma definição!

Mas a conclusão, é que se trata de um tabaco para se tentar desvendar aos poucos, tentando identificar os aromas envolvidos, e para os que não se pode encontrar descrição, deixar na mente como referência à ele próprio.

Foi bom enquanto durou, felizmente eu ainda tenho uma loooonga jornada nessa estrada.

Nota: Conforme consta na embalagem, esta série Private Stock possuía ainda outros dois tabacos:
Bourboun and Brights Nº 1
Blacks and Brights Nº 3