quarta-feira, 17 de outubro de 2007
O preferido
Todo cachimbeiro possui um cachimbo preferido, as vezes até mais de um, pois o critério de preferência é muito pessoal, e depois de um tempo na estrada, chegamos a um ponto em que existe "o de melhor fumada", "o primeiro", "o mais vistoso", e por aí vai. Se todas essas características se reunirem num só, perfeito.
No meu caso, preferi alçar a este posto um cachimbo simples, sem muitas particularidades, exceto o fato de ter sido o primeiro.
Infelizmente, meu preferido não me pertence mais.
Não, eu não cometi o crime de vendê-lo. O que aconteceu com ele eu já contei aqui, em uma de minhas primeiras postagens.
Vão-se os dedos, ficam os anéis... ao menos fiquei com as fotos dele, e uma delas ilustra o título deste blog. Nada mais justo, acredito.
Como na época meu estado no que se refere a conhecimento na arte cachimbeira ainda era próximo do de uma bactéria, não posso nem dizer hoje se tinha uma boa fumada, mas posso dizer que sempre o achei muito bonito, em sua simplicidade.
Isso ilustra um pouco como funciona a valoração de algumas coisas em nossas vidas, o valor que depende sobretudo da importância que lhe atribuímos. E esse valor é estritamente particular, o tal "valor sentimental".
Existe um sucessor? Poderia até existir, mas prefiro deixar o primeiro lugar como que ocupado por uma presença... quase que espiritual.
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