domingo, 7 de outubro de 2007

Balkan Sobranie


Eis um tabaco que a algum tempo atrás, e lembro muito bem, pensei comigo "Que pena, nunca vou provar dessa maravilha..."

O destino, como que ouvindo meu lamento, colocou no meu caminho uma chance. Eis que o confrade Alexandre, numa de nossas reuniões cachimbescas, oferece a mim e ao confrade Leopoldo, um pacote misterioso. Após algumas tentivas tentando adivinhar, ele revela: Balkan Sobranie.

Espanto.

Por conta disso, aproveito a ocasião para também agradecer a ele por ter gentilmente cedido uma boa porção dessa maravilha.

Essa é minha primeira mistura balcânica, e melhor não poderia ser, afinal, esse é um blend lendário, e infelizmente, não mais disponível. Uma pena, pois deixará fãs no mundo todo pelo que tenho visto.

Confesso que a primeira tentativa não surtiu o efeito desejado, pois não consegui interpretar devidamente.

Pensando nisso cheguei a uma conclusão, que bate um pouco com um comentário do Alexandre, que de início não achou nada de muito diferente além da presença do latakia. Tenho a impressão de que talvez latakiados em excesso banalizem um pouco nossa percepção para outros tabacos que o tenham em sua mistura.

É aquela história, o primeiro latakia a gente nunca esqueçe, mas talvez os seguintes já não marquem tanto...

Mas como tudo na vida, e tabacos em especial, o tempo, e novas investidas, me fizeram dar a justa interpretação.

O fato é que é um tabaco bastante complexo, e além de ser necessária uma certa vivência até ele revelar todos os seus segredos, ou ao menos uma boa parte. É preciso também um certo estado de espírito favorável.

Obviamente, o latakia marca sua presença, sobressaindo sobre os demais tabacos (virgínia e Yenidje) que compõe a mistura.

Por conta disso, não será desta vez que terei uma idéia do sabor de um tabaco turco. Paciência. Tenho tempo e muita coisa para experimentar ainda.

Pretendo experimentar tabacos orientais puros quando possível, como já fumei o latakia, para saber discernir e atribuir melhor o seu peso em misturas.

Voltando ao Balkan, seu aroma no pacote é suave, com a distinção clara de que alí tem latakia.


Queima bem e com razoável lentidão,de maneira uniforme.

Possui uma boa dose de nicotina, pois no fim da cachimbada deu pra sentir uma leve tonteira. Em contrapartida, não pega na língua em absoluto.

Assim, tem-se uma fumada rica em sabor, mas também forte, devendo-se ir com paciência, literalmente vendo a grama crescer.

É um tabaco que eu gostaria muito de ter comigo no futuro, uma pena que isso não será mais possível, exceto pelas valiosas latas antigas que as vezes aparecem por aí, mas que também são caríssimas.

Ps.: Fico devendo uma foto da embalagem, quero ver se consigo com o confrade Alexandre, mas acredito que é o mesmo modelo da primeira foto.

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