quarta-feira, 31 de outubro de 2007

O temporal


Ontem, depois de um violento temporal no começo da noite, nos vimos sem energia elétrica aqui em casa.

Isso porque vira e mexe algumas das grandes e pesadas árvores aqui da região não resistem, caindo ou largando algum de seus grandes galhos ao chão, ou nos postes e fios de alta tensão.

Sem muito que inventar em casa, resolvo então me sentar no sofá, acender um bom fornilho e pensar um pouco na vida.

Ali no escuro, tendo a brasa alaranjada em meu fornilho como testemunha, mais uma vez me ocorre como somos dependentes da tal energia elétrica. Não só muitas de nossas necessidades, como muitos de nossos passatempos dependem diretamente dela.

Porém nessa mesma hora, não consigo evitar em abrir um sorriso de orelha a orelha, pois dou-me conta que tanto nos dias de hoje, uma época tão repleta de opções em entretenimento e diversão, como na época dos lampiões, onde não havia tanto o que fazer, mas em compensação as pessoas viam o tempo passar muito mais calmamente, o bom e velho cachimbo continua sendo fonte da mesma satisfação e inspiração. É ao mesmo tempo tão atemporal quanto simples.

Sentado ali, no escuro da sala, acabo por me sentir confortado, pois me fica a certeza que, se de uma hora para outra, nos víssemos de volta a uma época de trevas, ao menos essa satisfação não seria tirada de mim.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Novidades

Prezados confrades,

Estive em viagem nos últimos dias, o que me impediu de postar aqui várias novidades em cachimbos e tabacos importados.

Mas neste fim de semana espero conseguir por em dia essas postagens.


Aguardem.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

O preferido


Todo cachimbeiro possui um cachimbo preferido, as vezes até mais de um, pois o critério de preferência é muito pessoal, e depois de um tempo na estrada, chegamos a um ponto em que existe "o de melhor fumada", "o primeiro", "o mais vistoso", e por aí vai. Se todas essas características se reunirem num só, perfeito.

No meu caso, preferi alçar a este posto um cachimbo simples, sem muitas particularidades, exceto o fato de ter sido o primeiro.

Infelizmente, meu preferido não me pertence mais.


Não, eu não cometi o crime de vendê-lo. O que aconteceu com ele eu já contei aqui, em uma de minhas primeiras postagens.


Vão-se os dedos, ficam os anéis... ao menos fiquei com as fotos dele, e uma delas ilustra o título deste blog. Nada mais justo, acredito.


Como na época meu estado no que se refere a conhecimento na arte cachimbeira ainda era próximo do de uma bactéria, não posso nem dizer hoje se tinha uma boa fumada, mas posso dizer que sempre o achei muito bonito, em sua simplicidade.

Isso ilustra um pouco como funciona a valoração de algumas coisas em nossas vidas, o valor que depende sobretudo da importância que lhe atribuímos. E esse valor é estritamente particular, o tal "valor sentimental".

Existe um sucessor? Poderia até existir, mas prefiro deixar o primeiro lugar como que ocupado por uma presença... quase que espiritual.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Belos cachimbos - 3


Esse fiz questão de postar por causa do straight grain perfeito.

Pensando bem, merece até mais uma foto:

domingo, 7 de outubro de 2007

Balkan Sobranie


Eis um tabaco que a algum tempo atrás, e lembro muito bem, pensei comigo "Que pena, nunca vou provar dessa maravilha..."

O destino, como que ouvindo meu lamento, colocou no meu caminho uma chance. Eis que o confrade Alexandre, numa de nossas reuniões cachimbescas, oferece a mim e ao confrade Leopoldo, um pacote misterioso. Após algumas tentivas tentando adivinhar, ele revela: Balkan Sobranie.

Espanto.

Por conta disso, aproveito a ocasião para também agradecer a ele por ter gentilmente cedido uma boa porção dessa maravilha.

Essa é minha primeira mistura balcânica, e melhor não poderia ser, afinal, esse é um blend lendário, e infelizmente, não mais disponível. Uma pena, pois deixará fãs no mundo todo pelo que tenho visto.

Confesso que a primeira tentativa não surtiu o efeito desejado, pois não consegui interpretar devidamente.

Pensando nisso cheguei a uma conclusão, que bate um pouco com um comentário do Alexandre, que de início não achou nada de muito diferente além da presença do latakia. Tenho a impressão de que talvez latakiados em excesso banalizem um pouco nossa percepção para outros tabacos que o tenham em sua mistura.

É aquela história, o primeiro latakia a gente nunca esqueçe, mas talvez os seguintes já não marquem tanto...

Mas como tudo na vida, e tabacos em especial, o tempo, e novas investidas, me fizeram dar a justa interpretação.

O fato é que é um tabaco bastante complexo, e além de ser necessária uma certa vivência até ele revelar todos os seus segredos, ou ao menos uma boa parte. É preciso também um certo estado de espírito favorável.

Obviamente, o latakia marca sua presença, sobressaindo sobre os demais tabacos (virgínia e Yenidje) que compõe a mistura.

Por conta disso, não será desta vez que terei uma idéia do sabor de um tabaco turco. Paciência. Tenho tempo e muita coisa para experimentar ainda.

Pretendo experimentar tabacos orientais puros quando possível, como já fumei o latakia, para saber discernir e atribuir melhor o seu peso em misturas.

Voltando ao Balkan, seu aroma no pacote é suave, com a distinção clara de que alí tem latakia.


Queima bem e com razoável lentidão,de maneira uniforme.

Possui uma boa dose de nicotina, pois no fim da cachimbada deu pra sentir uma leve tonteira. Em contrapartida, não pega na língua em absoluto.

Assim, tem-se uma fumada rica em sabor, mas também forte, devendo-se ir com paciência, literalmente vendo a grama crescer.

É um tabaco que eu gostaria muito de ter comigo no futuro, uma pena que isso não será mais possível, exceto pelas valiosas latas antigas que as vezes aparecem por aí, mas que também são caríssimas.

Ps.: Fico devendo uma foto da embalagem, quero ver se consigo com o confrade Alexandre, mas acredito que é o mesmo modelo da primeira foto.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Mulheres cachimbeiras

A tia e seu cachimbo.

Embora fumar cachimbo seja históricamente um hábito bem mais masculino que feminino, não há como negar o direito delas a compartilhar do velho companheiro fumacento.

Acredito que mulheres que cachimbam, certamente tem algo a mais para dizer.

Gostaria de saber o que ia pela cabeça dessa senhora no momento da foto.